A fotografia forense é uma disciplina essencial na investigação criminal, desempenhando um papel crucial na documentação de cenas de crime e na coleta de evidências visuais que podem ser determinantes em processos judiciais.
A principal função da fotografia forense é registrar de forma objetiva e imparcial a cena do crime, garantindo que todos os detalhes relevantes sejam documentados antes que o local seja alterado ou as evidências sejam coletadas.
Neste artigo, vamos explorar o significado da fotografia forense e seu papel.
Fotografia Forense: Definição
A fotografia forense consiste na captura e análise de imagens de cenas de crime e evidências para uso em investigações.
Isso inclui fotografar a disposição do ambiente, a posição de objetos e possíveis evidências, incluindo manchas de sangue, impressões digitais, armas e outros itens de interesse.
Essas imagens servem como referência para investigadores, peritos e para o sistema judicial, auxiliando na reconstrução dos eventos e na análise das evidências.
Podemos dizer que estilo fotográfico mais presente na fotografia forense é o da fotografia científica, que usa regras rigorosas para garantir que as imagens sejam admissíveis em tribunais de justiça.
É importante dizer que a fotografia forense é um registro feito com alta precisão, pois qualquer erro ou manipulação pode comprometer sua utilidade.
Como Funciona a Fotografia Forense?
A fotografia forense requer uso de técnicas fotográficas avançadas para o registro perfeito das evidências em diversos ângulos e iluminação.
Fotógrafos que decidem trabalhar com a fotografia forense também precisam lidar situações emocionalmente desafiadoras, inclusive como cenas de homicídios ou acidentes fatais.
Vamos detalhar a seguir detalhar os principais trabalhos na prática da fotografia forense:
1. Cenas de Crime
Uma das principais tarefas da fotografia forense é registrar a cena do crime.
Isso inclui a captura de imagens panorâmicas, para mostrar o ambiente geral, e de close-ups, para evidenciar detalhes importantes como impressões digitais, manchas de sangue, armas, e outros elementos que possam ser usados como prova.
É essencial que cada ângulo e detalhe sejam capturados para que a cena possa ser recriada em análises posteriores.
Em um caso de homicídio, o fotógrafo forense documenta o local do crime de diferentes perspectivas, capturando desde a posição do corpo até objetos aparentemente insignificantes, como pegadas, cacos de vidro ou fios de tecido.
Essas imagens, quando analisadas, podem fornecer pistas cruciais sobre a dinâmica do crime.
2. Evidências
Outro aspecto fundamental da fotografia forense é capturar evidências físicas.
Qualquer detalhe relevante para a investigação, desde objetos menores, como cápsulas de balas, até marcas de queimaduras ou cortes em superfícies, precisa ser fotografado.
Uma técnica comum utilizada na fotografia forense é a macrofotografia, mostrando detalhes que passam despercebidos a olho nu.

3. Ferimentos e Lesões
A documentação de lesões em vítimas, tanto vivas quanto falecidas, é uma parte delicada, mas essencial na fotografia forense.
Essas fotos ajudam a determinar a causa da morte ou o grau de violência sofrida, e podem fornecer pistas sobre a arma utilizada, o ângulo do ataque e a distância do agressor.
4. Recriação de Cenas com Tecnologia 3D
Com os avanços tecnológicos, a fotografia forense está cada vez mais usando câmeras 3d para criar recriações digitais da cena do crime.
Isso permite que investigadores e jurados entendam melhor a disposição dos elementos e a dinâmica.
Em alguns casos, essas recriações são usadas em julgamentos para ilustrar a posição de vítimas e suspeitos no momento do crime.
Principais Ferramentas na Fotografia Forense
A fotografia forense requer o uso de diversas ferramentas digitais, além claro, de equipamentos fotográficos comuns.
O ideal é usar uma câmera DSLR ou mirrorless de alta resolução e ter os seguintes acessórios:
Lentes Macro: Para capturar pequenos detalhes, como marcas de bala ou impressões digitais.
Iluminação Controlada: Refletores portáteis, lanternas e flashs especiais ajudam a iluminar áreas mal iluminadas ou destacar detalhes importantes em cenas escuras.
Filtros UV e Infravermelhos: Permitem detectar substâncias invisíveis a olho nu, como manchas de sangue limpas ou impressões digitais latentes.
Software de Análise de Imagens: Programas especializados são usados para ampliar, limpar ou melhorar a visibilidade de certos detalhes.
Trabalhar na Fotografia Forense é para Você?
Para se tornar um fotógrafo na fotografia forense, é preciso dominar muito mais que as técnicas fotográficas padrão, é preciso garantir que cada detalhe da cena seja documentado com previsão e de acordo com as exigências legais.
Além disso, é preciso resiliência emocional e um adequado uso editores de fotos.
Uma parte importante é estudar as regulamentações e diretrizes sobre como as fotos devem ser tiradas, armazenadas e apresentadas em tribunal.
No Brasil, a atuação do fotógrafo forense geralmente está associada a peritos criminais que trabalham em instituições como a Polícia Civil e a Polícia Federal.
Isso comprova que a fotografia forense precisa seguir normas e procedimentos técnicos estabelecidos por órgãos oficiais, como o Instituto de Criminalística ou órgão similar no estado.
Nos Estados Unidos, existe um conjunto de diretrizes chamado SWGIT (Scientific Working Group on Imaging Technology), que fornece padrões de como fotos forenses devem ser capturadas, editadas e arquivadas.
Uma curiosidade importante é se a fotografia forense permite o uso de editores de imagens.
Geralmente sim. O uso de software de edição de imagens geralmente é permitido, mas co diretrizes e regras para não alterar ou manipular informações.
Quem criou a Fotografia Forense?
A fotografia forense tem suas raízes no século XIX, quando as primeiras câmeras fotográficas começaram a ser usada para documentar cenas de crimes pela primeira vez.
Um dos pioneiros da fotografia forense foi Alphonse Bertillon, um criminologista francês que, no final dos anos 1800, desenvolveu um sistema de identificação baseado em medições fotográficas detalhadas de criminosos.
Seu trabalho revolucionou o campo da criminalística, estabelecendo padrões para a fotografia forense que ainda são seguidos hoje.
Conclusão
A fotografia forense vai muito além de simplesmente capturar imagens — ela é uma ferramenta vital para a justiça.
Um fotógrafo forense habilidoso é capaz de registrar cenas de crime de forma precisa e detalhada, ajudando a garantir que a verdade seja descoberta e que a justiça seja feita.
Se você é fotógrafo e tem interesse em se aventurar na área forense, saiba que, além de dominar as técnicas fotográficas, será necessário um profundo conhecimento legal e uma grande capacidade de resiliência emocional.
Porém, o impacto que você poderá causar, ajudando a solucionar crimes e trazendo justiça, torna essa uma das profissões mais gratificantes no mundo da fotografia.